quarta-feira, 14 de setembro de 2011

... quanto gesto de carícia e de complacência morre no gelo do silêncio e da imobilidade



Quanta ternura recalcada, quanto gesto de carícia e de complacência morre no gelo do silêncio e da imobilidade. Ele olha para todas as criaturas e para todas as coisas com uma profunda simpatia, mas com uma simpatia que jamais se transforma em gesto ou palavras. Às vezes tem uma vontade inenarrável de sorrir para toda a gente que o cerca, de revelar toda a sua cordialidade e toda a sua compreensão numa frase, num sorriso, num ato... Mas o espírito de análise intervém, destruidor, disseca todas as ideias, e mata o gesto... Fica ecoando no ar a pergunta que os lábios não fizeram, mas que a mente não cansa de formular: Para quê? E depois, mais forte que tudo a sua timidez...


(Érico Veríssimo in: Clarissa)

3 comentários:

  1. Eu cometo tantas e tantas vezes esse erro...

    Belo fragmento.

    Um beijo.

    ResponderExcluir
  2. Seu espaço é maravilhosos e cheio de delicadezas.
    Tem toda razão, muitas vezes perdem-se dentro de nós muitos gestos por conta de outros gestos que só dependeriam de nós...
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Lindíssimo, Myla!

    Ah, muitos gestos meus morreram no gelo do silêncio e da imobilidade.

    tsc tsc

    Eu amei demais!
    Cada dia eu amo mais vir aqui.

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...