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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Carrega vestígios...




Carrega vestígios de amores não correspondidos, de amizades corrompidas, de sentimentos que não foram verdadeiros.  Ela era uma ferida aberta que não cicatrizava, porque não esquecia o passado e, apesar de saber que cada momento era uma nova oportunidade de começar, não começava.
Tinha medo. De alguma forma tinham-lhe amputado - castrado - seus sonhos. Tinham-lhe roubado a esperança. De tanto sofrer, de tanto chorar desaprendeu a acreditar nas coisas boas da vida. Era como se as coisas boas só pudessem bater à porta da casa do vizinho e nunca na sua. 
Mas todos podiam recomeçar, no entanto ela nunca nem sequer começava nada. Pessimista, preferia carregar todas as dores e feridas que já viveu porque achava que não conseguiria fazê-las sarar ou que qualquer tentativa as faria sangrar novamente.
Aquela frase de José Mauro de Vasconcelos, escrita em O Meu Pé de Laranja Lima, era a frase da vida dela, adequava-se perfeitamente as suas desventuradas experiências: "Mas me faltava qualquer coisa. Qualquer coisa importante que me fizesse voltar a ser o mesmo, talvez a acreditar nas pessoas, na bondade delas".
Ela via a cada dia seus sonhos morrerem... Não era suicídio, mas assassinato. Sua vida foi feita de tantas perdas que ela ficou apenas à margem, observando lhe matarem o que ela tinha de mais bonito: os sonhos.

|Camila Márcia

domingo, 18 de setembro de 2011

A humilhação doía mais que a própria dor...*


*O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos


No dia seguinte, Sofia estava parada no corredor da escola conversando com Anna, dizendo-lhe tudo o que tinha se passado ontem ao pôr-do-sol, dizendo-lhe que passou a noite em claro pensando em cada palavra, em cada beijo, nos toques e carícias de Renato.
Anna escutava incrédula o que a amiga dizia. “Como assim? Renato criou coragem?”. É neste momento que Renato aparece no corredor.
Sofia devaneou durante a noite toda este momento em que ele se aproximava dela no corredor da escola, pegava uma mecha de seu cabelo e colocava-o atrás de sua orelha, olhava-lhe nos olhos e dava-lhe um beijo estalado. Todos iriam assistir esta cena extasiados.
Entretanto, o que aconteceu foi totalmente imprevisto, não estava nos planos, no roteiro, nos devaneios e nunca passaria pela cabeça de Sofia tal atitude. Renato ao se aproximar de Anna e Sofia virou o rosto e nem ao menos deu ‘bom dia’.
“Bom dia” soaria irônico para Sofia, já que começava ruim. Sofia estava estática com o melhor dos sorrisos nos lábios vendo Renato vir em sua direção – tudo em câmera lenta – quando de repente ele vira o rosto. O sorriso tão deslumbrante de Sofia escorre pelo canto da boca e curva-se para baixo. Tristeza profunda. Vergonha. Decepção. Humilhação.
Sofia continua olhando para Renato, talvez no final do corredor ele dê uma sutil olhada. Mas não... Nada. Os olhos de Sofia ficam repletos de lágrimas. Lágrimas quando insistem em cair não adianta segurar, senão elas saem com todo o drama dos soluços. Não queria que todos a vissem chorar, saiu apressada pelo corredor e foi trancar-se no banheiro. Anna foi atrás da amiga.
Sofia só pensava: “Por que você insiste em me machucar Renato?”.
Foi para a pia, olhou-se no espelho e viu o lápis e o rímel borrados, estava tão bonita! Ela viu os meninos da esquina soltando ‘psiu’ e agora estava ela, ali, devastada. Horrorosa!
Anna abriu a porta do banheiro puxou a amiga e abraçou-a.
_Ele me ignorou Anna, agiu como se eu fosse uma parede, como se eu não existisse_ deixou escapar Sofia_ por quê?!!!
Anna abraçava-a mais forte.
Dentro do peito estava o coração de Sofia em cacos, espremido, apertado. Era como se lhe enfiassem pregos e, cada Tum-tum do coração, era como uma martelada. Porque amar doía.
Silêncio. Suspiro. Quem chorava agora? De quem eram aqueles soluços? Anna?
Sofia afastou-se e olhou a amiga, perguntou:
_Por que você também está chorando?
Anna olhou Sofia e disse:
_Não sei o que te dizer Sofia, então, deixe-me chorar com você!
Sofia abraçou a amiga e sussurrou:
_Um dia eu aprendo a esquecê-lo! Está doendo tanto Anna, dói tanto, uma dor que não é só de amor é de raiva, a raiva também dói na gente, porque machuca. Sinto-me tão humilhada...
Ambas lavaram os rostos, pegaram as mochilas e saíram da escola. Porque tem dias que é impossível se concentrar em coisas normais. Então, a unica saída é sair por aí a se concentrar nas pequenas coisas, ou simplesmente esvaziar a tensão, as tristezas.

[Camila Márcia]

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Queria ir pro céu e ninguém vivo ia para lá.*

*José Mauro de Vasconcelos


Colheu uma estrela do céu e depositou em minhas mãos. Disse-me que toda vez que a visse me lembrasse dele, pois ele sempre estaria lembrando-se de mim. Fiquei com o coração apertado, mas um anjo me falou que eu tinha que deixá-lo ir. Que um dia ele voltaria, então... É por isso que eu espero. Nunca me cansarei de esperar. Eu sei, que ele está em algum lugar e está cuidando de mim...

[Camila Márcia] 

Amores, como sai de viagem, não vou poder ficar muito tempo na net, mas sempre que puder venho aqui postar algo, ademais, prometo que quando voltar passo no cantinho de cada um de vocês e deixo comentários. Obrigada amores. Beijos!!! Fiquem bem!

sábado, 2 de julho de 2011


  Eu de agora em diante só iria ver filme de amor, como os grandes chamavam. Filme que tivesse muito beijo, muito abraço e que todo mundo se gostasse. Já que eu só servia para apanhar, poderia pelo menos ver os outros se gostarem.

 
O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos

Ps.: Um dos livros mais lindos que já li.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dor...


Não podia deixar de pensar nele. Agora sabia mesmo o que era a dor. Dor não era apanhar de desmaiar. Não era cortar o pé com caco de vidro e levar pontos na farmácia. Dor era aquilo, que doía o coração todinho, que a gente tinha que morrer com ela, sem poder contar para ninguém o segredo. Dor que dava desânimo nos braços, na cabeça, até na vontade de virar a cabeça no travesseiro.

O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos

PS.: Quero agradecer a Kitéria Angéllica (do blog Meu Mundo e Nada Mais...) pelo selinhos que me deu: amei! Obrigada querida!
Como sempre os selos estão na página Selos & Mimos, vão estar no dia 23 de Junho de 2011. Espero que gostem! Beijos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

são pequenas cicatrizes de dor...


Eu disfarço com um sorriso a dor, mesmo quando a dor não pode ser disfarçada, pois me consolo ao pensar que pelo menos eu tentei disfarçar.
Tentei não fazer tristes as outras pessoas, só porque eu não estava feliz. Tentei não deixar que a dor, que me consome, expusesse minhas fragilidades. Tentei ser feliz, mesmo com dor, porque a felicidade são marcas: são pequenas cicatrizes de dor...
Quem já conseguiu ser feliz sem se machucar?
Quem se machucou e nunca foi feliz quando a dor passou?

[Camila Márcia]


"A realidade era que eu não conseguia deixar de esticar a minha dor de dentro..."
(O Meu Pé de Laranja Lima)

sábado, 4 de junho de 2011

Parece que aqui dentro a minha gaiola ficou vazia demais...


_Que foi?
_Fica feio se eu chorar?
_Nunca é feio chorar, bobo. Por quê?
_Não sei, ainda não me acostumei. Parece que aqui dentro a minha gaiola ficou vazia demais...

O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos

quarta-feira, 11 de maio de 2011

As deduções infantis


_Totoca, criança é aposentado?
_O quê?
_Tio Edmundo não faz nada, ganha dinheiro. Não trabalha e a Prefeitura paga ele todo mês.
_E daí?
_Criança não faz nada, come, dorme e ganha dinheiro dos pais.


O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos

segunda-feira, 2 de maio de 2011

É isso o que algumas pessoas fazem quando lhes entregamos o coração...


Acho que isso só acontece porque o coração é dado, se fosse comprado as pessoas valorizariam mais, sempre tenho a ligeira impressão de que elas valorizam mais aquilo que podem comprar, ou melhor, o que não podem comprar, então, ficam olhando com cobiça  para aquilo que não podem ter. Entretanto amor verdadeiro não é mercadoria e são poucas as pessoas que o possuem e sabem valorizá-lo verdadeiramente. O amor é o amor e as pessoas só dão valor a sua existência quando ele não existe mais no coração daquele que perdeu as esperanças de ter o amor correspondido.

[Camila Márcia]

Não faz mal, eu vou matar ele... Vou sim. Eu já até comecei. Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu. (O Meu Pé de Laranja Lima)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Você é muito criança para saber dessas coisas tristes.

*O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos


"As crianças não sabem a razão daquilo que desejam - nisto todos os pedagogos estão de acordo. Mas também os adultos, tal como as crianças, caminham vacilantes e ao acaso sobre a terra, sem saber de onde vêm nem para onde vão! Agem sem objetivos determinados e deixam-se governar, como as crianças, por meio de biscoitos, bolos e vara de marmelo. Ninguém acredita que seja assim, mas na minha opinião, não há verdade mais palpável."

(Goethe)

domingo, 24 de abril de 2011

Mas como eu não podia cantar por fora, fui cantando por dentro.*

* O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos.


O coração da gente se deixa levar pelas pequenas coisas e as tornam grandiosas:
Um pequeno olhar pode desembocar numa fulminante paixão;
Um pequeno amor pode virar um grande amor;
Uma pequena dor pode se tornar imensa;
Uma pequena tristeza pode se tornar o fim do mundo (do seu mundo);
Uma pequena ilusão pode se transformar numa catástrofe;
Uma pequena angústia pode desembocar em um grande sofrimento;
Uma pequena alegria pode ser tão contagiante  a ponto de se tornar enorme...
E é assim que as pequenas coisas podem se tornar grandiosas, vai depender de como são carregadas no seu coração, pois as vezes nosso coração grande trava nas batalhas e, as vezes um coração tão pequeno pode surpreender com tamanha força que propaga...
Mas não importa o tamanho e a força que o coração tem, afinal todo coração tem suas fragilidades e o que pode não ser doloroso para uma pessoa pode machucar tanto outra, que pequenas dores para mim podem ser grandiosas para os outros... Que enquanto meu coração bate há milhares de outros corações parando de bater...

[Camila Márcia]

Ps.: Queridos(as) seguirores(as) e visitantes quero desejar uma Feliz Páscoa para todos, que este dia de ressurreição seja abençoado.
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