E ela olhou para todos os lados e viu muitas possibilidades, caminhos, e sonhos espalhados: alguns quebrados, outros em construção e outros - bem poucos - realizados... encheu os olhos de lágrimas que ameaçaram rolar a qualquer momento por suas faces bem maquiadas - porque para esconder a tristeza é necessário usar uma maquiagem profissional - e baixou os olhos, talvez, devesse olhar para o chão em que pisa, conhecer o terreno para só depois seguir caminho ou ficar parada.
Durante tanto tempo cruzando de um lado para o outro se esqueceu de como ser feliz, de como se alegrar com coisas pequenas e, então, foi se maquiando e dizendo para si mesma e para os outros - tentando se convencer - "Está tudo bem, sou feliz, eu amo o que faço", só que ela esqueceu o principal: amar a si mesma. Esqueceu que realizar sonhos depende do amor próprio e valorizar aquilo que é, esqueceu que para se amar aquilo que faz tem que se gostar do que se faz.
Teve um momento de epifania e largou tudo, caiu no mundo, pegou um violão, um livro, uma mochila e um sonho que tinha escondidinho lá no lugar mais fundo do coração e disse: É agora ou nunca!
Foi-se num arroubo de determinação: iria ser feliz, escandalosamente feliz, teria uma explosão de felicidade porque isso lhe faria um bem danado... não esconderia mais seus sorrisos ou sentimentos de tristeza... para quê maquiar-se se não se pode maquiar o que está gravado no coração?
Gritou um "Foda-se" e foi em busca da felicidade que estava espalhada em todos os cantos e que ela jamais olhou porque tinha um medo danado. Coragem é se jogar no imprevisível e prever o quanto será feliz só em estar tentando ser feliz... porque quando se procura a felicidade ela vem...
|Mila Ferreira
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