Desabafo Experimental

Gosto de dardejar meus sonhos e amalgamá-los a realidade, entretanto é difícil fazer isso quando as pessoas com quem você convive ou até mesmo aquelas que você ama, não acreditam que você seja capaz de realizar seus sonhos ou simplesmente que você não é bom o suficiente para aquilo que esta sonhando.

É nesses momentos que fico desmotivada, pois mesmo quando vou conseguindo acumular pequenas – mas significativas – vitórias sou desacreditada, as pessoas não conseguem reconhecer o que já conquistei, então, revolto-me e tento enumerar minhas tácitas  conquistas, mas eis que surge um devasto problema: as pessoas se recusam a me ouvir, sempre estão ocupadas demais com coisas que dizem ser mais importantes: é latente como os sonhos dos outros sempre parecem insignificantes.

Numa boa parte das vezes me sinto como uma árvore cuja força natural é crescer e gerar frutos, no entanto sinto que muitas pessoas ficam cortando paulatinamente minhas raízes e, uma árvore não pode viver sem raízes! Estão me cauterizando, matando meus sonhos, meus desejos. Todos eles: sonhos, desejos e esperanças adejam para longe de mim... Pergunto-me poderei viver somente com um corpo e uma alma vazia? Não seria isso o pior castigo humano: uma letargia enquanto a vida prossegue seu curso, tão promissor para uns e tão canhestro para outros?

Quando as raízes de uma árvore são amputadas ela vai morrendo: perdendo a vida. Eu sou essa árvore, por quê? Bem, eu estou aqui lutando por tudo o que acredito e pelas coisas que quero que se realizem, mas as pessoas não me dão força. Porém uma força crescente dentro de mim grita que a vitória não aparece no fim, mas durante o percurso, pois se você consegue superar todos os impasses com certeza já é vitoriosa, mesmo que a vitória alcançada não seja como foi imaginada. Na verdade a maior vitória é, talvez, seguir o caminho e não necessariamente chegar ao destino esperado.

Então, agora, mais que decidida eu desisto!

Não, quem foi que disse que estou desistindo da vida e dos meus sonhos? Obviamente que não. Não mesmo. Só estou desistindo de mostrar para as pessoas o que estou conquistando, deixe que elas percebam quando bem entenderem – ou simplesmente não percebam. Sinceramente, estou desistindo de sofrer pela falta de reconhecimento, ficar sofrendo por não valorizarem meu esforço e dedicação, pois é ridículo ficar sofrendo por isso, quando no meu intimo eu sei que posso conquistar e mudar o Meu Mundo!

Chega de dar mais importância para o que as pessoas pensam, de hoje em diante o que vai prevalecer é o meu pensamento. Não estou dizendo que não vou mais escutar ninguém, preciso da opinião dos outros, mas chega de ignorar a minha própria opinião. Chega de supervalorizar o que os outros dizem quando muitas das vezes o que eu digo faz muito mais sentido. Ouço, Mudo o que tiver que mudar e depois tapo os ouvidos, porque se for pra escutar todo mundo e tentar agradar a todos acabo desagradando a mim mesma ou, na pior das hipóteses, acabo não escutando meu coração.

[Camila Márcia]

Ps.: Estava doendo aqui na alma guardar isso, eu precisava escrever. Tem situações em que escrever é muito melhor para desabafar do que pronunciar as palavras para quem quer que seja, principalmente porque não tenho um destinatário definido, mas sim, um acumulo de situações que me magoaram muito, quiçá porque me revolto com certas ações pedantes cuja a intenção é o descaso e a desvalorização dos outros.