A gente não cansa de amar, a gente cansa de não ser amado.*

*Carpinejar

Tinha no peito um lugar vazio que precisava ser ocupado.

Escreveu na cara “Há vagas em meu coração”, estampou um sorriso e fez propagada de todo o amor que poderia oferecer.

Veio um seu fulano de não sei de onde e disse “Quero essa vaga, dê-me seu amor. Seu coração”.

Ela rendeu-se ao amor, deu-se por inteira até não sobrar nenhum pedacinho de si mesma. 

O seu fulano de não sei de onde voltou pelo caminho que veio e decidiu não leva-la junto.

Mas, mesmo sem querer levou todas as partes dela consigo e a deixou cheia de vazio, um vazio ainda pior do que o que ela já conhecia.

Nem ela se queria mais, estava oca.

Agora o seu céu é cinza e seus pensamentos são breus...

Ela sobrevive de migalhas de carinhos na tentativa de suprir tamanha saudade, tamanho vazio.

Saudade de si mesma, do tempo em que se tinha por inteira.

Nunca sentiu saudade do seu fulano de não sei de onde, dele tinha era raiva, porque ele a apresentou a mágoa...

Vivia agora a se doer... E se alguém se dispunha a lhe apresentar o Amor, estava dispensando “Não obrigada, o amor eu já senti, foi tão grande que não coube no meu peito, explodiu, fez pedaços do meu coração e virou cinzas dentro de mim".

Sim, sim não tinha mais coração. "Obrigada, não sou feliz assim, mas pelo menos eu já aprendi a conviver com essa dor. Sentir uma nova dor, seria demais para mim, fatal... talvez".

Fatalidade ou não... nós seres humanos não controlamos os sentimentos e logo na esquina seguinte Um Amor Lhe Sorria Cheio de Dentes... 
Ao fundo: um arco íris...

[Camila Márcia]