sábado, 26 de fevereiro de 2011

Terríveis são as lágrimas que derramamos quando não conseguimos justificá-las.


Ela acordou sentindo um vazio enorme, o vazio era como rajadas de vento que vergastavam seus cabelos e sua face. Lágrimas desciam em pequenos filetes até o queixo e a única coisa que ela sabia era que não tinha ideia do por quê estava chorando.
De repente ela acordou com vontade de chorar, passou o dia querendo explodir, gritar e ficar sozinha, mas não conseguiu, seu dia foi uma total correria e enfim, chegada à noite, caminhando pelo parque ela só queria chorar. Chorar, sim, mesmo sem ter motivos aparentes. 
Pássaros adejavam ao longe e a atmosfera soturna a deixava triste e angustiada: precisava saber porque ansiou tanto por estas lágrimas durante o dia todo. Entretanto, por mais que tentasse vislumbrar um motivo não conseguia, mas repentinamente, ela descobriu o motivo das lágrimas: ela desejava chorar por todas as vezes que prendeu as lágrimas, desejava chorar por ter se mostrado forte quando na verdade tremia de medo. Ela chorava porque queria ser realmente quem era: frágil, corajosa, simplesmente Ela...

[Camila Márcia]



“Tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.” (Clarice Lispector)

6 comentários:

  1. Por vezes negamos a única forma de estravazar a dor: O Choro!

    Lindo texto, Camila!

    Bjs

    Mila

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  2. Camila,

    Na vida, todos os dias se aprende algo! Esse receio injustificado perante novas situações revela a tua insegurança. Acredita no sucesso, começando por acreditar em ti própria!!!

    Beijos meus,
    AL

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  3. Feliz por encontrar umas cearense e ainda mais da Zona Norte do estado...

    Belo blog o seu...

    Belo post, PARABÉNS!

    Voltarei aqui mais vezes...

    Convido vc a conhcer meu espaço (poesia, teatro, música)

    Ficaria feliz demais...

    http://mailsonfurtado.com

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  4. Se ao menos pudéssemos escapar disso de estarmos sempre fazendo o papel de nós mesmos! Erica Jong

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  5. Muito bom, Camila!

    Ah, se pudéssemos escapar de nós mesmos de vez em quando...

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  6. Eu queria saber chorar toda vez que sinto doer...

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Obrigada por seu comentário!

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