sábado, 10 de março de 2012

Perdendo as cores...


Acordou. Abriu um sorriso e o fechou logo em seguida quando sentiu a pontada de dor no coração. O dia raiou, o sol brilha no céu, mas ela não sente seu calor. Sente frio. Medo. Saudade.
 A saudade é um vazio no peito e a superlotação de pensamentos, de lembranças. Então, ela senta-se na cama abraça seu próprio corpo e se deixa levar pelas lembranças... Aquele abraço, beijo, carícia, desejo... O abraço que tanto lhe confortou um dia foi desfeito, o beijo não foi mais lhe dado, aquelas mãos já não acariciam sua pele e o desejo aumenta... Ah, aquelas promessas, todas foram quebradas e feitas em pedacinhos...
Levantou-se maquinalmente e deixou-se levar pela vida sem ao menos tentar viver... Desiludida, tudo parecia ter perdido o colorido... Até mesmo o arco-íris parecia-lhe ter apenas uma cor: cinza.
E ela só tenta recomeçar a cada dia, mas sempre que acorda e sente aquela dor desiste de recomeçar hoje e deixa todos os recomeços para o dia seguinte... Mas todo 'dia seguinte' repete-se a mesma história: reviver lembranças e ressuscitar a dor. Assim, ela vai se esquecendo de ser feliz...

|Mila Ferreira

Olha, não sei qual dói mais. Quando acaba, quando sentimos que acabou, ou quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo. (Gabito Nunes)

2 comentários:

  1. É de necessidade a morte
    e seu reviver. O ser
    humano precisa desse
    mesmo parecer.

    Fico a segui-la.
    Paz!

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  2. Coitada, será que um dia ela aprende a não deixar pra ser feliz no dia seguinte? Que ser feliz hoje, mesmo com pouco, é o mais importante?

    Abraços.

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