“Te espero sentada, porque sei que você ainda nem começou a vir ao meu encontro” pensava Sofia em seus delírios "e quando vem ao meu encontro, já está acompanhado", completou.
Como qualquer garota ela tinha sonhos e como não os via se realizando, começava a imaginar diálogos com as falas que ela queria, com a história que ela queria que acontecesse, mas ao deitar todas as noites percebia que mais da metade de seu dia tinha sido gasto com sonhos e fantasias do que propriamente com a realidade, porque a realidade machucava...
Na verdade, tanto a realidade quanto a fantasia eram frustrantes: a realidade porque machucava, a fantasia porque não era real... (Vá entender isso!)
Certo dia caminhando pelo parque viu o seu platônico Renato com uma garota de mãos dadas. Seus caminhos se cruzaram e a única coisa que ele disse foi:
_Olá Sofia, tudo bem? Você sumiu...
E a tonta respondeu com o rosto em brasas e um sorriso falso:
_Ah, Renato! Eu tenho andado tão ocupada. Você poderia aparecer também...
Ocupada?! Ocupada?! Ridículo, a única ocupação que ela teve desde o dia em que o viu pela ultima vez com uma loira fabulosa, foi chorar demasiada e descontroladamente. Ah... ela também teve que ficar escondendo os inúmeros lenços de papel da mãe, toda vez que essa precisava entrar em seu quarto.
Renato a olhou e depois das despedidas seguiu caminho. Sofia ainda escutou quando a garota perguntou:
_Renato, quem é ela?
E a resposta foi taxativa:
_É só uma amiga.
Nunca ela detestou tanto ser amiga de quem ela amava. Talvez fosse melhor não ser amiga, a amizade te submete a um diálogo constante, troca de idéias e isso impossibilita qualquer tipo de distância que é peça fundamental para quem pretende esquecer alguém.
É relativamente fácil se esconder e evitar um ex-namorado se considerarmos a impossibilidade de se evitar e se esconder de um amigo. Se for apenas amizade esse tipo de comportamento não tem lógica!
Com lógica ou não ela vinha evitando se encontrar com Renato. Vê-lo a deixava feliz, mas de que adiantava dois segundos de felicidade se depois a dor vinha?... Ou será que a felicidade só fazia sentido - só era boa - quando vinha acompanhada da dor?
[Camila Márcia]
Myla,
ResponderExcluirEssa parte "Na verdade, tanto a realidade quanto a fantasia eram frustrantes: a realidade porque machucava, a fantasia porque não era real... (Vá entender isso!)"
Eu pergunto também...vai entender!!!!
Beo post, ótimo domingo pra ti...
Bjss
Att,
Blog Confissões Insanas
'Ou será que a felicidade só fazia sentido quando vinha acompanhada da dor?'
ResponderExcluirhá felicidades que infelizmente são assim,nos alegramos por mil motivos,mas mil e um motivos prevalece... difícil!
Belíssimo Post,Cá.
Beijo grande pra ti*
Ahhh Sofia!
ResponderExcluirTem muitas Sofias por ai... e não é nada fácil essa situação de gostar de alguem assim, estar perto e não pode abraçar, receber carinho e dar carinho de uma forma além de amizade!
Amei..me encantei com o texto. bJos no coração...
Camila,
ResponderExcluirPor vezes a vida é um complexo turbilhão de emoções e sentimentos que condicionam os nossos comportamentos. Perante isto precisamos ter a serenidade necessária para não entrarmos numa angústia sempre dolorosa...
Beijos!
AL
Que belo!
ResponderExcluirLindo texto.
Que as Sofias tenha coragem de buscar uma felicidade que não seja dolorida.
Beeijo*
Belíssimo texto Camila!
ResponderExcluirOlha, respondi ao meme literário que vc me indicou. Passa lá no blog para ler minhas respostas!
Beijo
Eliane (Leituras de Eliane)
"mas de que adiantava dois segundos de felicidade se depois a dor vinha?..."
ResponderExcluirmesmo que poucos segundos, a gente nunca se livra de querer tanto estes.... Sofia sabe disso.
Um beijo!
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E, obrigada por 'permanecer'
Cáh