domingo, 4 de setembro de 2011

Essa é a coisa engraçada sobre a verdade... Ela geralmente aparece. *

 * Querido John

O dia estava terminando. Uma SMS de um número desconhecido chegou ao celular de Sofia: “Estou na praia te esperando Sofia. Renato”. Como assim Renato?
De início Sofia pensou que era uma piada, mas a esperança abriu-se toda. Para a esperança, não basta só o pé e a mão, ela toma posse do corpo todo.
Sofia pegou sua mochila e saiu de casa, iria ao encontro porque se fosse realmente ele, não queria perder a oportunidade de vê-lo. Ele poderia partir-lhe o coração, mas e se fosse o contrário, se ele quisesse concertá-lo?
Minutos depois chegava a praia, o vento vergastava-lhe os cabelos, o sal do mar grudava-se em sua pele. O sol estava quase se pondo. Fabuloso. Com toda a pompa e majestade de um rei.
Sofia olhou ao redor, não viu ninguém, a praia estava deserta. Puxa, alguém estava brincando com a cara dela. De repente, ela viu uma sombra ao longe. Seu coração pulou descontrolado no peito. Renato! Renato! Gritou uma voz na sua cabeça. Renato! Acudiu sua voz em um sussurro.
Pernas bambas, mãos geladas, coração: tum, tum, tum, tum... Poderia o coração parar de bater? Ou bater tão rápido e tão descontrolado a ponto de sair-lhe pela boca? Tum, tum, tum, tum...
A sombra aproximou-se e disse:
_Sofia!
Sofia que já lhe tinha visto as feições, que já sabia mesmo sem ver que era Renato respondeu:
_Renato...
Renato puxou-a e enlaçando-a inesperadamente beijou-lhe os lábios, firme, doce, prazerosamente. Um beijo frenético, de medo, desejo, pudor, ardor. Línguas rápidas, salivas, desespero, ânsia. Toques quentes, unhas: desejo.
Depois do frenesi Renato desvencilhou-se:
_Sofia... Não sei o que acontece comigo: acordo e passo o dia com você na cabeça, quando vou me deitar levo você para a cama comigo e mesmo nos sonhos ainda permanece em mim... Estou com medo, tenho um medo descontrolado do amor. Do que ele pode fazer com a gente...
_Renato... Por que não me disse isso? Estou esse tempo todo sofrendo, não percebeu?
Renato abraçou-a:
_Eu tenho uma namorada. Mas não sinto por ela o que estou sentindo por você. Não sinto ao beijá-la o que sinto quando meus lábios tocam os seus...
Sofia olhou-o nos olhos:
_Você tem medo do amor porque tem medo de não ser amado. Eu te amo, deixe-me te mostrar...
_Sofia...
_O quê?
_E se eu te machucar?
_O amor machuca de qualquer jeito...
Renato olhou-a nos olhos e Sofia continuou:
_O amor deixa marcas, nunca mais seremos as mesmas pessoas... Eu não vou conseguir ser a mesma pessoa depois de saber que você me ama...
_Eu... _Renato não conseguia falar então, chorou_ não consigo dizer que te amo.
_Não diga, mostre-me...
Parece que uma sucessão de novos beijos ao pôr-do-sol estava para vir. Não há como descrever beijos, beijos descritos são técnicos. Beijo só presta na prática.

[Camila Márcia]

7 comentários:

  1. Amei demais esse conto, amei muito.
    "O amor machuca de qualquer jeito..." é a mais pura verdade, adorei.
    Beijos.

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  2. Talvez o momento mais esperado pela Sófia, e como diz o título da postagem, as vezes a verdade aparece. Só as vezes.

    Esse não é o fim, é Mila?

    Beijoos ;*

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  3. "Ele poderia partir-lhe o coração, mas e se fosse o contrário, se ele quisesse concertá-lo?"

    E eu ainda espero alguém pra concertar meu coração, rs.

    Myla! Adorei deeeeeeeemais!
    Já estava na hora do Renato assumir o amor dele por Sofia, eu sempre tive certeza disso, rs.

    Aiiin *-----------*


    beeijo meu*

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  4. "Não há como descrever beijos, beijos descritos são técnicos. Beijo só presta na prática."
    Muito liindo mesmo. :}

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  5. Camila,

    Num fugaz devaneio, venho te deixar um beijo...

    AL

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  6. Eu queria um desse pra minha vida. rsrs...

    Lindo! ^^

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Obrigada por seu comentário!

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