sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O Acidente - Capítulo VII

Os dias passavam tão rapidamente que Alice custava a se situar, sua vida estava indo bem no que consistia a seu trabalho, pois estava se saindo muito bem, já em relação a Eduardo, tudo estava muito difícil. Eduardo era forçado a trabalhar o dia todo na empresa do pai para que assim não tivesse tempo de se encontrar com Alice, além do mais, seus passos eram constantemente vigiados. Havia dias que as tentativas de se encontrarem eram totalmente improfícuas devido a tantos obstáculos.
Alice sofria com essa situação, tinha saído de casa para viver seu grande amor por Eduardo e via que não estava tendo muitos resultados já que os pais deles faziam o possível e o impossível para impedirem a relação. Eduardo sentia-se se sujeitava a pressão dos pais já que sentia-se culpado pela morte do irmão: "Alice, eu não posso dar mais um desgosto para os meus pais!" dizia ele tristemente, "Você não pode passar a vida inteira como um fantoche de seus pais!", indignava-se Alice.
Tirando as pequenas discussões que os dois tinham a respeito deste assunto, os dois quase nunca discutiam.
O que mais revoltava Alice era o fato de ela ter largado tudo para viver esse amor, e Eduardo não tinha coragem de enfrentar os pais e assumir que a amava e que não podia viver sem ela.
E foi pensando destes problemas que Alice foi trabalhar e ao atravessar a rua não se deu conta de um carro vindo em sua direção.
O baque. Os gritos. O corpo inerte rolando pelo chão. As pessoas correndo. A ambulância. Os paramédicos. O hospital. Tudo parecia em câmera lenta.
Laura e Raul foram informados do acidente da sobrinha. Querendo não aparentar preocupação foram ao hospital e perguntaram para uma enfermeira como Alice estava:
_ A moça sofreu um acidente ao atravessar uma avenida _ respondeu a enfermeira _ esta muito machucada, mas irá ficar bem. Em suma, esta fora de perigo.
Laura e Raul mostraram desinteresse e não quiseram entrar no quarto da paciente para vê-la. Neste momento Joana chega e pergunta aflita:
_ O que houve? Onde está Alice? Como ela está?
Laura olhou a filha com desdém e respondeu:
_ Controle-se Joana! Alice esta fora de perigo. Vamos embora agora.
Joana arregalou seus olhos assustada e disse:
_ Vão embora, como assim? Alice acabou de sofrer um acidente e vocês vão embora sem ao menos vê-la?
_ Joana, Alice provocou tudo isso _ falou grosseiramente Raul _ já fizemos muito por ela, inclusive pagar a conta deste hospital!
_ Não queremos vê-la, provavelmente ela também não ficará feliz em nos ver _ corroborou Laura _ os médicos que cuidem dela, foram pagos para isso!
Os dois viraram as costas e saíram do hospital.
Joana ficou por alguns momentos inerte - como seus pais podiam ser tão perversos? -, jamais conseguiria entender o que ela tinha feito para merecer pais tão horrorosos. Pedindo informação do quarto de Alice, Joana caminhou para lá.
Alice dormia. Joana apoderou-se de uma poltrona ao lado da cama e ficou vigiando o sono da prima.
Quando Alice acordou falou:
_ Oi Joana?!
Joana levantou-se animada e disse:
_ Alice... Como você está se sentindo?
Alice contou-lhe que estava com dores no corpo e em seguida perguntou preocupada:
_ O Edu sabe que estou aqui?
_ Sim _ respondeu Joana _ avisei-o assim que soube o que tinha acontecido, ele até disse que viria lhe ver, mas creio que os pais o tenham impedido.
Alice não pode evitar uma lágrima cair de seus olhos:
_ Por que ele não os enfrenta Jô, será que ele não me ama o suficiente?
_ Ele a ama Alice, no entanto ele se martiriza pela morte do irmão...
Alice balançou a cabeça de forma negativa e perguntou:
_ Seus pais... Meus tios... Sabem o que aconteceu?
_ Sim. Eles estavam aqui, mas não quiseram lhe ver Alice _ respondeu Joana de forma sincera _, mas não se martirize por isso, meus pais são duas cobras, é bem melhor que não estejam aqui.
As duas ainda conversaram por algum tempo até que Alice já se encontrava cansada e mandou Joana para casa, assim ambas poderiam descansar.

Um comentário:

  1. A vida é uma só, por mais que se sinta culpa por algo, não se deve deixar os dias simplesmente passar.

    *Entre o sonho e a realidade eu prefiro a realidade que me permita sonhar. http://jefhcardoso.blogspot.com

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