quarta-feira, 14 de julho de 2010

Onde Fica Alazalucalaê

22:00 horas, Elsa correu para casa após o árduo expediente do trabalho, estava cansada e não poderia imaginar ficar no meio da multidão ou do movimento caótico.
As noites eram só suas e mais de ninguém, era o momento mais perfeito do dia, onde ela poderia encontrar-se com si mesmo e com o homem mais perfeito da face dos seus sonhos. Pelo menos assim ela o considerava.
Deitada em sua cama, todas as noites ela tinha o mesmo sonho, um sonho que a deixava em paz e a fazia flutuar. Ora, Elsa sempre desejou sonhar com o típico príncipe, homem cavalheiro que a fizesse sentir a pessoa mais importante do mundo.
O destino, se assim se pode dizer quando se trata de sonho, reservou-lhe algo mil vezes melhor, ela sonhava todas as noites com o mesmo homem, um homem belíssimo, contudo, indecifrável. Ele não falava absolutamente nada, mas ela sentia que havia algo muito romântico na maneira como ela a fitava.
Nos sonhos ele a observava, fazia um gesto para que ela o seguisse e andava irregularmente pelas nuvens. Elsa o seguia quase que hipnotizada por toda aquela beleza singular. Aonde ele ia? Quantas noites ela teria que dormir para que assim pudesse chegar a algum lugar definido ou ao menos conhecido?
Nesta noite, no entanto, foi diferente, ela dormiu e quando o viu, ele a abraçou e disse: "Falta pouco para chegarmos a Alazalucalaê."
Ela sucumbiu àquela voz e percebeu que nada mais importaria pois, pertencia aquele sonho para sempre!
"Mas onde fica Alazalucalaê? Que estranho!", ela pensou.
Não importava, ela iria com ele para onde quer que fosse, não o deixaria ir sozinho afinal, tinha medo de lhe roubarem aquele sonho que pertencia somente e totalmente a ela.
O sol nasceu e Elsa acordou com o toque frenético do despertador. acordou e desejou poder continuar dormindo, sonhando com seu amor.
O dia passou rastejando, pois a todo o momento Elsa espiava o relógio e se dava conta de que as horas não passavam. Que tormento! O amor é, pois este tormento de não ver as horas passarem quando na realidade elas deveriam correr?
Finalmente a noite chegou e ela foi para casa correndo, já tinha certeza de duas coisas: Primeira, ela voltaria a ver o homem amado e Segunda, descobriria onde fica Alazalucalaê.
Muitas perguntas lhe rodavam na cabeça, mas ela não pretendia ficar pensando nelas por muito tempo, queria deitar-se e sonhar, apenas sonhar, não um sonho qualquer, mas O Sonho que parecia mais real do que sua própria e medíocre vida.
Sonhou.
O homem a levava pelas nuvens, não se via nada além de nuvens e cinzas. Finalmente algo: a Escuridão.
Ele falou: "Alazalucalaê".
Ela e olhou e disse: "É aqui Alazalucalaê?", obteve apenas um menear de cabeça simbolizando - Afirmativo. "Mas esse lugar não existe: é escuridão!", ela estava indignada, pois mesmo sem saber onde era o lugar já o havia imaginado mentalmente como um lugar lindo e não um nada.
O homem então caminhou para a escuridão e fundiu-se a ela. Elsa gritou: "Não, não, não me deixe!", a voz saiu da escuridão: "Eu faço parte da escuridão Elsa, eu não existo, eu não sou nada: eu sou Alazalucalaê, sou apenas aquilo que você quis sonhar, entretanto, nem sonho eu sou, pois você está acordada..."
Então Elsa abriu os olhos...


[Camila Márcia]

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